Viajamos

LauraBugalloEm cada viagem voltamos pôr o disco de “25 de Abril Sempre” da Gentalha do Pichel.

Um nó na gorja aguarda por nós cada vez que escutamos “E o Carlos, escreveu? Há muitas pessoas inquedas pela sua causa… Tenho sorte, meu filho é útil”…

Andava pela Compostela amada, reconquistada e da mao do Xoám Bombai e do Aarom, do Sino e do César conhecim ao Carlos, Carlos Calvo.

Desde aquela as nossas andainas pelas ruas de Compostela, das baiucas e das manifes, entremisturárom-se.

Soubem e saboreei depois que era um dos motores da Galiza Livre, e brindou-me esse meio querido para expressar o que desacougava no meu interior, as ânsias de revoluçom, de mudar a realidade individual e colectiva.

Colaborei com ele, sabendo que éramos cúmplices do contributo ao nosso ser Povo, ansiando existir Naçom.

Colaborei, sim, em maiúsculas e em minúsculas no Novas da Galiza onde ele argalhava com artigos e reportagens.

Ri com ele, e chorei de raiva quando a montagem policial que significou a ausência nas ruas da Compostela amada.

A repressom exerce-se sobre cada uma de nós, mas a repressão significa-se numa só.

Os medos exercem-se sobre cada uma de nós, e desde a inteligência nossa e própria tecemos uma realidade cheiinha de presenças, em que o Carlos estará já de volta na casa.

Laura Bugalho, activista polos direitos das pessoas e membro da executiva da CIG.

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Quanto cansa esta loucura!

I’ve met some folksVazquezSouza
Who say that I’m a dreamer
And I’ve no doubt
There’s truth in what they say
But sure a body’s bound to be a dreamer
When all the things he loves are far away…

Dick Farrelly, Isle of Innisfree

Também eu nunca vira um moço, com tanta luz na palavra. Não lembro como, exatamente, um dia, o Carlos, a sua voz escrita de olhos abertos, apareceu na caixa do meu correio; cheio de interessantes perguntas e as mais instigantes associações. Deveu ser para algo concreto, para o Galizalivre ou o Novas.

Depois instalou-se aí, no meu correio, com o seu riso, ideias e opiniões, numa conversa que não se fechou mais e que sempre se abria enxergando longe nas cousas de perto e alvejando perto nas cousas de longe.

Com pessoas como o Carlos sempre se aprende e as conversas não podem fechar-se, mesmo ainda que no-lo fechem numa cela.

Agora só posso ler a Carlos por terceiros, ou nesses desenhos saudosos e também por essas notas que escreve na imprensa nas que demonstra qual Fanto Fantini a geometria e forma das prisões e evidencia como os leiteiros são bem muito mais úteis às democracias como guardas que os visitantes inaguardados por muita arma e absurdos mandatos judiciais que levem.

Nessas glosas a mente bebe-se a cadeia, a colheradas, em forma de experiência humana e aumenta o contraste com essa imprensa canalha sempre presta a defender interesses aleatórios decote para propaganda de umas fantasmais classes dirigentes.

A intensidade da escrita e das ideias termina sempre por apagar as prisões, a anedota contemplada na vida nómade, a quotidianidade nas celas, no pátio, na conversa com os companheiros, na conta das peregrinações arbitrárias ante juiz ausente, nesse amigo tempo que vai morrendo injustamente castigado, tudo destila-se em analise social e evidencia a injustiça, a crueldade, a barbárie.

Mas quanto cansa esta loucura: longe da Terra e dos seus, longe de nós. Afastado das cousas queridas e interrompido na construção permanente.

Carlos, Antóm, Maria e tanto outro pessoal cujo único delito é militar nas filas dos sonhadores, faço votos pela vossa justa liberdade.

Ernesto Vázquez Souza, escritor e investigador galego.

Já não só por eles: também por nós

CarlosTaiboSospeito que os conhecimentos que acumulamos no passado têm pouco relevo para compreender o que agroma nestas horas. Se algum deles nos serve é a lembrança do que aconteceu na Alemanha hitleriana há oitenta anos. E não estou a pensar agora no que defendem hoje ultramarginais grupos neo-nazis. Penso, antes bem, na realidade, cada vez mais tangível, de como os grandes poderes políticos e económicos, conscientes da escassez que se adivinha, parecem dispostos a ficar com esses recursos escassos e a alentar, para isso, um ativíssimo e militarizado darwinismo social.

E é que tenho a impressão de que nos encontramos ante as primeiras manifestações claras dessa conduta. Assumem, se assim o queremos, três modulações. A primeira é a invenção cristalina, amiúde estrambótica, de presumíveis condutas delitivas. A segunda é a demonização pública dessa condutas inventadas. A terceira, enfim, fala-nos da repressão direta dos protagonistas.

Não há que viajar muito para identificar a pegada desses três inapresentáveis fenómenos que venho de mencionar. Aquí, entre nós, na Galiza é fácil perceber nestas horas -o fenómeno, bem é certo, não é novo- uma arrepiante invenção de condutas delitivas, que curiosamente não tiveram concreção material nenhuma, uma demonização assentada na manipulação mais grosseira e, para terminar, o desenvolvimento de níveis de repressão que obrigam a concluir que os serviços de ‘segurança’ precisam com urgência tarefas que permitam justificar a sua existência.

Por isso nada é mais importante nestas horas que demandar a liberdade imediata, e sem cargos, de Carlos Calvo e dos outros companheiros que padecem os efeitos dessa nova repressão que vai crescendo. E já não só por eles: também por nós.

Carlos Taibo. Professor Titular de Ciència Política e da Administração na Universidade Autónoma de Madrid.

Desmontando a montaxe

Xa se ten escrito dende todas as ópticas sobre as operacións mediático-policiais contra o independentismo galego, notablemente aumentadas e redimensionadas nos últimos meses. Non é doado, polo tanto, facer achegas novidosas no referido á denuncia destas montaxes, da violación de dereitos fundamentais en procesos de detención, da anulación de garantías xudiciais por motivos políticos, da aplicación da dispersión como método de castigo para familiares e amigos de persoas sen xulgar, etc.

Xa que logo, quixera facer unha breve reflexión sobre o proceso de reacción que lle corresponde á esquerda con respecto a estes atentados contra algúns dos seus parámetros máis elementais: a xustiza, a igualdade, a solidariedade, a defensa de valores democráticos e a denuncia de calquera tipo de agresión por parte do opresor contra o oprimido. Calquera organización, nova ou xa experta, que trate de construírse e manterse sobre uns piares de esquerda enténdese que debe amosarse, sen dúbidas nin escusas, contra toda esta serie de “manifestacións democráticas” que citaba no primeiro parágrafo. Imaxinemos que unha organización se autoproclama “de esquerdas” e desatende a situación, por exemplo, dos afectados polas estafas financeiras ou abandona á súa sorte un espazo natural que vai ser violado por unha multinacional para lucrarse do ben común. Sería difícil soster unha dialéctica determinada se non se ve na práctica, non é?

Ben sei que entre o branco e o negro está toda unha gama de grises que cadaquén matiza ao seu gusto. Hai quen considera que, antepoñendo o imprescindible exercicio de valorar o contexto, defender publicamente uns principios dos que está convencido (insisto: dos que está convencido), resultará prexudicial porque ou ben será malinterpretado, manipulado polos medios (evidentemente…) ou que “a sociedade” (ese ente) non o entenderá e/ou rexeitarao… Moitas veces, sometidos ao “curtopracismo”, remata por impoñerse esta posición conservadora de non mollarse en temas considerados espiñentos, deixando pasar a oportunidade unha e outra vez de exercer a coherencia.

A presenza nas institucións é un altofalante incomparable para denunciar inxustizas. A pedagoxía, tan necesaria na esquerda e tan carente dela esta sociedade alienada, é unha ferramenta irrenunciable para normalizar a denuncia e o rexeitamento dunha situación tan infame como son as montaxes policiais contra certas formas de disidencia política. Ao tempo, é imprescindible rachar o campo de xogo dialéctico que establecen eles e no que nós permanentemente nos vemos obrigados a contrarrestar.

É hora de tomar a iniciativa e esnaquizarlle as súas mentiras que torpemente agochan unha farsa repugnante. É hora de deixar os medos e desenmascarar todas as súas criminalizacións e condenas, aproveitando todos os instrumentos que haxa a disposición, incluído o propio “Parlamentiño”. Debera ser hora de amosarse sen complexos do lado das vítimas, e non debaixo da manta da indiferenza pública ou da “prudencia técnica” dos estrategos. É hora, como veñen de facer BNG e AGE no Parlamento, de negarse a entrar no xogo que propoñen os verdadeiros terroristas da palabra. Debe ser hora de darlle a volta ao ritual da condena, e aplicalo a onde verdadeiramente están en xogo os conceptos da esquerda.

Pérdase o medo a ser coherentes e condénese, sempre, a violación das garantías xudiciais, dos dereitos humanos, a aplicación de leis de excepción, a manipulación mediática, a criminalización, etc. e esíxase respecto máximo polas persoas deste país e polos seus dereitos. Aprovéitese a presenza institucional, como xa se fai dende fóra do Hórreo, para estar, alto e claro, contra os abusos do Estado policial. E de paso, pérdaselle o medo a unha sociedade que só pode asumir unha versión porque, maioritariamente, non recibe outra. Hai máis xente da que di a TVG que devece porque se lle digan as cousas en alto-e-claro.

S. M. L. Militante de ANOVA

Mini e Mero falam dos presos políticos

Basta já de fechar vozes e de colgar-lhe à gente o “sam benito” do terrorismo. Tenhem os médios de comunicaçom aferrolhados ao seu serviço, ultimamente mais que nunca, manipulam a opiniom pública baixo esse gram saco no que cabe tudo e que eles chamam terrorismo. Eles som os primeiros terroristas, ao conculcar calquera tipo de liberdade estam exercendo o terrorismo. Nom permitem que vozes limpas digam o que tenham que dizer. Se tenhem delito, que os julguem, mas que se deixem de tontarias e sobre todo que os tenham cerca da casa, o que nom pode ser é que a sua família e amigos estejam sofrendo um alonjamento ao que nom há direito.

Séchu Sende fala da legislaçom antiterrorista

Los detenidos por hallarse comprendidos en esta ley, serán puestos a disposición del Juez competente dentro de las setenta y dos horas siguientes a la detención. No obstante, la detención preventiva podrá prolongarse el tiempo necesario para los fines investigados hasta un plazo máximo de otros siete días, siempre que tal propuesta se ponga en conocimiento del Juez antes de que transcurran las setenta y dos horas de la detención.

Artigo 13º da Lei antiterrorista espanhola